- Olha, filho. Tá vendo aquela borboleta ali naquela pedra? Que linda, não é?
- Mãe, por que ela não voa? Ela tem medo? Borboletas podem ter medo de voar?
- Eu acho que é da natureza delas quererem voar, filho. Não sei se dá para ter medo de algo que é da nossa natureza assim...
Os dois admiram a borboleta parada sobre a pedra do jardim. Ela parecia mesmo triste...
- Mas, se você olhar bem de pertinho, vai ver que pode ser que ela não esteja com medo, mas não esteja conseguindo voar. Olha só, não parece que suas asas estão presas nesses fios?
- Verdade, mãe! Nem tinha visto. Será que se a gente ajudar, ela voa?
- Eu não sei, filho, as asas parecem já bem machucadas... acho que ela já tentou muito e agora tem essas marcas... o que você acha? Vale a pena ajudar?
- Claro, né, mãe. Sempre vale! Mas faz você, que é mãe e sabe dessas coisas.
E a mãe foi lá e fez. A borboleta voou logo em seguida, cambaleante, mas corajosa. Afinal, era da natureza dela voar, não ficar presa. O menino sorriu.
- Ela é linda voando, né, mãe? Parecia fraca e medrosa, mas era mesmo corajosa. Precisava só de uma ajudinha pra se desembaralhar. ... Será que ela vai conseguir viver?
- Já conseguiu, filho. Já conseguiu...
Os dois sorriram. Nunca mais a viram, mas sabiam que ela havia enfim alcançado o seu destino... ser livre e voar...
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